29/10/2009 - 16h26
Transição para desenvolvimento sustentável depende de orçamento, diz pesquisador
LUANA LOURENÇOda Agência Brasil, em Belém (Pará)
A substituição do modelo de exploração predatória pelo crescimento com sustentabilidade na Amazônia depende de orçamentos robustos e da superação de antigos modelos de ocupação e desenvolvimenta região. A avaliação é do pesquisador do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo, defendida durante reunião do Fórum Amazônia Sustentável.
Após décadas de ocupação e exploração desordenada, que resultaram em 18% a menos de vegetação original, o modelo está esgotado, o que abre oportunidades para novas dinâmicas econômicas, desta vez mais com mais sustentabilidade.
"Esse modelo baseado na pecuária extensiva, no crédito barato, na economia predatória de madeira, está esgotado". Um estudo do Imazon ainda inédito, que será lançado até dezembro, mostra o declínio da indústria madeireira na região, segundo o pesquisador.
"Mas a transição para uma economia de baixo carbono não vai ocorrer com orçamento de varejo. E não há modelos a copiar", avalia. Segundo Veríssimo, mesmo com os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o orçamento para a Amazônia ainda é muito pequeno.
Veríssimo citou o caso de Tailândia, no interior do Pará, onde em 2008 agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram ameaçados pela população local após operação que fechou serrarias ilegais. "Depois da ação do Ibama, que foi correta, restou prostituição, violência. O Estado não colocou nada no lugar, não foi capaz de montar uma dinâmica alternativa à falência do município", avalia